“Pois a
nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima
de toda comparação – II Co.4:17.”
Havia uma colônia de
ostras felizes que habitava o fundo do mar, e dava para se saber que se tratava
de ostras felizes porque “de dentro de suas conchas saia uma delicada melodia,
música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma
música”.Com uma exceção: de uma ostra solitária
que fazia um solo solitário.
Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As
ostras felizes se riam dela e diziam: "Ela não sai da sua
depressão...". Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia
entrado na sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar
dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor.
O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava,
em virtude de sua aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma
substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava o seu canto
triste, o seu corpo fazia o seu trabalho - por causa da dor que o grão de areia
lhe causava.
Um dia passou por ali um pescador com seu barco. Lançou a rede e toda a colônia
de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-a
para casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as
ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro de uma
ostra. Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade: era uma pérola, uma linda
pérola.
Essa bem que poderia ser mais uma linda passagem
Bíblica.
Muitas pessoas passam por esse mundo, experimentam
tragédias pessoais e familiares, mais continuam de forma digna suportando as
dores enquanto que outras que levam uma vida dissoluta são aparentemente bem
sucedidas e parecem não encontrar problemas e obstáculos com os quais tenham
que se preocupar, porém, é certo que um dia essas pessoas haverão de revelar o
que produziram em suas vidas.
Há um cântico que diz: “os mais belos hinos e
poesias, foram escritos em tribulação”. É em meio ao calor extremo que o ouro e
a prata são purificados e liberam as escórias, tornando-se metais cada vez mais
preciosos. Em meio ao sofrimento produzido pelo minúsculo grão de areia, a
ostra produz uma pérola que subsistirá muito além do ciclo de vida daquela
ostra que viveu o tempo todo escondida no fundo do mar.
Não precisamos fazer alarde sobre o nosso valor,
pois diz o ditado: “elogio em boca própria é vitupério”. É necessário que
vivamos de tal forma que as pessoas vejam em nós as marcas de Cristo. Nossas
vidas devem levar as pessoas a glorificarem os nosso Pai que está no céu.
Muitas pessoas haverão de ver em meio ao sofrimento, pérolas que aparecerão e
brilharam com maior intensidade.
Não embarque na pregação de que a vida cristã é um
mar de rosas. Esse evangelho não é verídico é uma propaganda enganosa. Mas o
evangelho sendo boas novas, nos garante que mesmo que passemos pelas aflições,
pelo vale do sofrimento, Deus está conosco e vai transformar essas experiências
em algo maravilhoso, e que fará que os nossos filhos ou netos e amigos, louvarem
o nome do Senhor.
“Prossiga, mesmo em meio a dor, e produza pérolas”!
Não tenhamos invejas das “ostras felizes”, pois
elas não fazem pérolas
Por Carlos Souza - Baseado na obra de Rubem Alves - "Ostraz Felizes não Fazem Pérolas".