sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ostras Felizes não Fazem Pérolas


“Pois a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação – II Co.4:17.”

Havia uma colônia de ostras felizes que habitava o fundo do mar, e dava para se saber que se tratava de ostras felizes porque “de dentro de suas conchas saia uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música”.Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário.

Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam: "Ela não sai da sua depressão...". Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado na sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor.

O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de sua aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava o seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho - por causa da dor que o grão de areia lhe causava.

Um dia passou por ali um pescador com seu barco. Lançou a rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-a para casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro de uma ostra. Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola.

Essa bem que poderia ser mais uma linda passagem Bíblica.


Muitas pessoas passam por esse mundo, experimentam tragédias pessoais e familiares, mais continuam de forma digna suportando as dores enquanto que outras que levam uma vida dissoluta são aparentemente bem sucedidas e parecem não encontrar problemas e obstáculos com os quais tenham que se preocupar, porém, é certo que um dia essas pessoas haverão de revelar o que produziram em suas vidas.

Há um cântico que diz: “os mais belos hinos e poesias, foram escritos em tribulação”. É em meio ao calor extremo que o ouro e a prata são purificados e liberam as escórias, tornando-se metais cada vez mais preciosos. Em meio ao sofrimento produzido pelo minúsculo grão de areia, a ostra produz uma pérola que subsistirá muito além do ciclo de vida daquela ostra que viveu o tempo todo escondida no fundo do mar.

Não precisamos fazer alarde sobre o nosso valor, pois diz o ditado: “elogio em boca própria é vitupério”. É necessário que vivamos de tal forma que as pessoas vejam em nós as marcas de Cristo. Nossas vidas devem levar as pessoas a glorificarem os nosso Pai que está no céu. Muitas pessoas haverão de ver em meio ao sofrimento, pérolas que aparecerão e brilharam com maior intensidade.

Não embarque na pregação de que a vida cristã é um mar de rosas. Esse evangelho não é verídico é uma propaganda enganosa. Mas o evangelho sendo boas novas, nos garante que mesmo que passemos pelas aflições, pelo vale do sofrimento, Deus está conosco e vai transformar essas experiências em algo maravilhoso, e que fará que os nossos filhos ou netos e amigos, louvarem o nome do Senhor.

“Prossiga, mesmo em meio a dor, e produza pérolas”!
Não tenhamos invejas das “ostras felizes”, pois elas não fazem pérolas

Por Carlos Souza - Baseado na obra de Rubem Alves - "Ostraz Felizes não Fazem Pérolas".

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